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- Curso de Biomedicina da Faculdade Leão Sampaio, na cidade de Juazeiro do Norte, com o interesse de adquirir e transmitir conhecimentos que possam auxiliar no desenvolvimento da sociedade.

domingo, 4 de outubro de 2009

Sopro Cardíaco


O que é um sopro?

Sopro é o ruído do fluxo sangüíneo auscultado no tórax com um estetoscópio. Este som não é necessário que corresponda a uma anormalidade, e lembra o som de água saindo de um cano. O fato de se ouvir um sopro não significa que há uma doença no coração. Não se deve confundir sopro com cardiopatia.
Existem sopros que são chamados de inocentes, que são encontrados durante o exame físico da criança e não significam doença, além de não requererem qualquer tratamento. Outros sopros são chamados de patológicos, estes são decorrentes de alterações na estrutura do coração, ou seja, são causados por um defeito cardíaco que pode ser congênito (nascer com a pessoa) ou adquirido ao longo da vida.
A visita ao cardiologista quando existe um sopro é obrigatória, sendo ideal que a criança seja avaliada pelo cardiopeditra antes de qualquer exame complementar, para evitar exames desnecessários ou impróprios para a investigação.

Como ocorrem os sopros?

O som geralmente é resultado de um fluxo turbilhonar barulhento no coração. A turbulência pode estar quantitativamente normal, mas a variação pessoa a pessoa da acústica do tórax, pode aumentar a intensidade do ruído , fazendo com que o ruído do fluxo de sangue normal do coração seja audível. Em algumas situações, o aumento da turbulência acontece devido a problemas que envolvem o coração de maneira secundária, como por exemplo a febre e a anemia, que aumentam a freqüência e a intensidade do batimento cardíaco e podem provocar sopros inocentes.
Já os ruídos patológicos são provocados por alterações da estrutura do coração, como a presença de comunicações anormais entre cavidades ou doenças das válvulas, fazendo com que o sangue passe por um orifício muito estreito e faça barulho.
Em nosso meio uma importante causa de sopro cardíaco é a febre reumática, uma doença adquirida, em que há lesão das válvulas do coração, principalmente as válvulas mitral e aórtica. Esta doença ocorre em pessoas que apresentam infecções de garganta de repetição, por um germe chamado estreptococos, e na sua evolução pode ocorrer inflamação e destruição parcial das válvulas cardíacas.

Os sintomas mais comuns das doenças cardíacas que provocam sopro são:

Cianose: é a coloração arroxeada que aparece nos lábios e nos dedos, e deve ser diferenciada do roxo do excesso de choro (perda de fôlego) e do excesso de frio, ambos normais especialmente em bebês. Algumas cardiopatias apresentam sopro e cianose, e nestes casos, o paciente é cianótico em repouso e independentemente da temperatura.
Taquicardia: corresponde a disparos da freqüência cardíaca que podem ser fugazes ou mantidos. Na maioria das vezes em que ocorrem a criança fica pálida e suando frio. Podem também ser acompanhados de vômitos, sensação de tonteira ou desmaio.

Como se faz o diagnóstico?

Na presença de sopro em crianças, a visita ao cardiopediatra é fundamental. Através do relato dos sintomas e do exame físico da criança, já é possível ter uma boa idéia do diagnóstico, se trata-se de sopro inocente ou patológico, ou seja, se aquele ruído representa ou não uma doença.
Eletrocardiograma, que afasta as arritmias cardíacas e dá pista sobre a presença de sinais de doenças cardiovasculares.
Ecocardiograma-Doppler, que corresponde a uma ultrassonografia do coração, em que se pode ver a estrutura e avaliar o fluxo sangüíneo dentro do coração. O que permite ver defeitos nas paredes e nas válvulas do coração.

Como se trata?

Os sopros inocentes (os que não representam doenças) não necessitam acompanhamento ou tratamento, pois o coração é normal. Uma vez investigado e constatado tratar-se de sopro inocente, o paciente está de alta da cardiopediatria.

Já os sopros patológicos serão tratados e acompanhados de acordo com a doença que representam. Alguns pacientes necessitam de medicação ou mesmo de cirurgia, o que varia de caso a caso. As técnicas atuais permitem o tratamento de muitas anomalias congênitas do coração através do cateterismo cardíaco terapêutico, para outros é necessário realizar correção cirúrgica do defeito. A complexidade do tratamento varia com a doença que está sendo acompanhada, podendo chegar até à necessidade de transplantar o coração.

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